domingo, 7 de março de 2010

Comunicação, Informação e Mensagens.

Refletindo sobre uma primeira semana de faculdade, talvez tenham sido poucas as aulas que de fato me fizeram pensar. É chato quando você acaba tendo que ceder e admitir que o professor que você menos gostou foi o que mais te causou impacto e infelizmente devo admitir que aquele sujeito grisalho e prepotente de nome Ciro Juvenal Marcondes Filho disse coisas muito interessantes na aula de Teoria da Comunicação.
Ainda que ao final da aula, depois de muita explanação desnecessária e apresentação de uma bibliografia de curso que se baseia em todos os livros por ele escritos, Ciro denominou para nós quais eram as diferenças entre informação e comunicação. Segundo ele, informação é tudo aquilo que nós vemos e nos desperta interesse, sem, entretanto, causar uma mudança efetiva em nosso ponto de vista. De certa forma é algum item aleatório à nossa volta que nós ajuda a confirmar uma ideia antiga, um conceito, e por isso nós nos interessamos por ele. Já a comunicação é ativa e vai de encontro ao que pensamos à respeito das coisas, sendo, portanto, muito mais incomoda. Ainda de acordo com o Ciro, a comunicação é impraticável com pessoas restritas, estagnadas, uma vez que essas nunca estão abertas a mudar seu ponto de vista.
Isso me fez repensar o porque de eu estar estudando Jornalismo e, mais longe ainda, porque a comunicação é necessária. Sem ela, estaríamos todos revivendo conceitos antigos e sem causar mudanças. Na verdade, pensando ainda mais longe, nada é ou pode ser construído em cima do que está acertado, correto. As inovações partem sempre do pressuposto da destruição. Inovar é, por si só, um processo de iconoclastia. Se há algum tempo eu me reprendia por mudar constantemente de opinião, hoje percebo que esse é um processo bastante natural das coisas e advém do nosso contato cada vez maior com o que está a nossa volta, com a cultura, a literatura, e ser uma pessoa aberta a tudo isso é um ponto fundamental para criar novos modelos, discutir, enfim...
Necessariamente, acho que ainda somos um mundo com bastante gente partidária somente da informação, desinteressada nas mudanças que a comunicação pode nos oferecer. De um modo ou de outro, minha vontade de trabalhar nessa área, que eu nunca entendi muito bem e sempre obedeci como a gente obece a um instinto, foi explicada por esse cara de quem eu não gostei nem um pouco. Talvez isso seja, efetivamente, uma prova de que a comunicação funciona.

Um comentário:

Pin disse...

Há, adorei! Realmente, ironias da vida..