domingo, 16 de janeiro de 2011

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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Trocando em miúdos

Que mistérios rondam nossos corpos e nossas cabeças – que mistérios são esses que não deciframos nos primeiros toques, não conseguimos entender nem com muitas palavras, nem com versos, nem com poesia. São como cofres com segredos de mil números, esses mistérios que nos separam, e não me sinto disposto (tão disposto) a trabalhar para decifrar esse enigma, prolongar a tua esperança de ver o conteúdo dessa caixa. Para que fazer acreditar que olhando para mim é capaz de encontrar uma resposta? Ou para que fazer acreditar que me olhando com ar inquisidor e me apertando com dedos de ferro e gritando para mim com voz alta e grossa eu sou capaz de emitir sons que sejam resposta a alguma angústia que me é alheia? Será que não é tão obvio, por tudo que falamos, por tudo que digo o tempo todo, e pelo que demonstro ser, e por tudo aquilo que leio e escrevo, que desacredito totalmente em tudo que me abafa o ar e que me sufoca, e que, tal qual um animal acuado eu acabo sempre atacando em vez de voltar com o rabo entre as pernas - tal qual um animal, que não um cachorro, eu posso latir, morder, mas nunca responder a um tapa com carinho (Curioso pensar que ontem mesmo eu me via às voltas com uma indagação; indagação essa que me fazia pensar porque ultimamente eu não estava ouvindo Chico Buarque. Pensei em porquês e mais porquês, e deixei de lado. Hoje, me sinto à vontade para cantarolar as letras todas que eu estou ouvindo e vou continuar a ouvir por mais alguns dias a fio)

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Arrumação de quarto (em quarta-feira; sol do lado de fora)

Voltei (voltaste?). Ando em círculos: não sei muito bem o que fazer com minhas pernas, com meu corpo. Abro e fecho as gavetas, admiro os livros como se fossem obras de arte e não livros: suas lombadas me preenchem, sequer vou ler todos eles. Olho a janela: voltei, não sei muito bem como começar o dia - o começo dele, entretanto, me foge aos poucos, em medidas que são feitas de minuto a minuto, e agora o dia passa e ainda não soube como começá-lo. Estou esperando uma epifania que me diga como começar: talvez, penso, tirar tudo do lugar seja um bom começo. Ou ouvir uma música. Observo as prateleiras empoeiras, resolvo limpá-las, mas para limpá-las preciso tirar as coisas do lugar, então resolvo tirá-las, mas para fazer isso preciso colocá-las em outro lugar e assim iria fazer caso nesse outro lugar não houvessem já outras coisas que também precisassem ser tiradas. É impossível arrumar o quarto, é tudo um ciclo vicioso que me impede de me mover: mesmo quando levanto decidido, minhas pernas bambeiam, meus branços se movem cada um para uma direção, buscando um uma coisa, o outro, outra. Resolvo escrever. Será que é sempre complicado assim voltar, retomar as coisas, começar um ano, e eu havia me esquecido disso por fazer um ano desde que eu tive que fazer isso de novo?

sábado, 1 de janeiro de 2011

Reveillon, do francês.

Reveillon, do francês: reveiller, acordar. Se reveiller, verbo pronominaux, donc, nous nous reveillons, nós acordamos. Como se o ano que passou tivesse passado conosco dormindo. Chegamos, de fato, aos confins abafados de Dezembro sempre com os olhos meio fechados. Passar as ultimas horas do ano dormindo, para acordar no novo ano sonhando. E Janeiro que sirva para que sigamos vivendo. Um despertar assustado com fogos, alcoolizado com espumantes, que sirva de lição para quem arrasta os pés em vez de pisar com a sola inteira, paralela as calçadas. A hora, de acordar, é agora. E nos acordamos, e nous nous reveillons.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Saudades do menino deus

Queria eu era buscar qualquer alívio para todos os que fossem meus questionamentos. Sete e meia da noite, em algum ponto da serra gaúcha, penso no tamanho desse Estado e no quanto estou longe de casa. Penso no menino deus e no desenrolar dessa história - outra transa, outro caso, não sabia de nada naquelas épocas e hoje eu penso não saber de mais nada ainda. Com a mera ambição, entretanto, de saber de quase tudo. E saber tão pouco da minha vida, do que nos cerca, essas incertezas, angústia de comer devagar e não consigar vomitar, dessa que causa travo em garganta, que tem gosto de chimarrão amargo e quente aqui nesse vale do sul do país, com essa eu não sei lidar. Sinto falta dessa paz que nos acompanha quando estamos em um lugar de onde fazemos parte - não se trata, nesse caso, de gostar ou estar feliz. É como se houvesse, em algum momento da vida, essa possibilidade de se integrar com o todo com uma intensidade profunda, quase dolorida, uma presença constante, concisa e veemente.