sexta-feira, 12 de março de 2010

A dialética do abraço.

Recentemente, encontrei uns amigos muito queridos de quem eu estava sentindo muita falta. É estranho encontrar as pessoas assim, que eram parte constante do seu dia a dia, que muitas vezes passavam o dia inteiro com você, e hoje já não partilham dessa rotina, porque efetivamente a gente sente uma falta brutal. Eu demorei pra escrever isso aqui porque de um modo ou de outro precisava saber qual seria a maneira correta de transmitir minha impressão (e ainda não creio ter achado - novamente a aula daquele senhor, o Ciro Marcondes, me fez entender que nós nunca conseguiremos transmitir exatamente o que sentimos). Entretanto, posso relevar uma coisa bastante interessante em nossa última reunião: o abraço como forma de expressão.
É engraçado porque ao abraçarmos uma pessoa, tentamos de certo modo envolvê-la em um grau de intimidade muito amplo, afinal não existe mais nada entre essas duas pessoas que se abraçam naquele momento. E eu percebia isso porque, com a minha mania de sempre dar abraços apertados nos outros, eu tentava, acima de tudo, dizer como eles eram importantes. Como se a intensidade do abraço fosse a responsável pela intensidade da saudade: a que eu sentia até então, e a que eu passaria a sentir à partir de então. E de qualquer forma, os abraços são coisas pontuais, não duram muito tempo. Mas confortam, de certo modo, alguma coisa eles querem dizer. De fato, envolver uma pessoa em dois braços é muito mais do que dizer algumas palavras, do que explanar sentimentos, sensações. É simples, mas extremamente profundo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Tudo culpa dessa química que nos conforta com alguns hormônios, feromônios e neurotransmissores para você sentir aquela sensação de segurança e conforto heheh